sexta-feira, 30 de maio de 2014

Trindade quer a educação ambiental em seu DNA

Alexandre César – Especial para o Jornal Opção


De olho no futuro, município dá um salto entre o discurso da sustentabilidade e as ações efetivas de preservação aos seus recursos naturais

Em uma ocasião ouvi algo que me deixou pensativo e carrego isso comigo até hoje. A reflexão foi debaixo de um pé de jabuticaba, onde a pessoa que o plantou não estava mais entre nós, mas havia deixado aquela árvore vigorosa para as futuras gerações. Adoçado por aquela frutinha, refleti por alguns instantes o quanto é relevante este legado, apesar de parecer algo simples.

Com a expansão urbana cada vez mais intensa, onde há mais carro que gente, enforcamentos na infraestrutura das cidades e as rotinas agitadas como parte de nossas vidas, não se encontra momentos para pensar em questões como: A água que ingerimos é de boa qualidade? Por quanto tempo teremos uma reserva adequada dela? E o lixo, quando será totalmente reciclado? E por aí vai!

Nossa cultura imediatista  nos impede, por diversas vezes, refletir sobre o amanhã. Mas como resolver isso? Sem rodeios, Educação. Como se trata de mudança de hábitos, de conscientização, de tornar coisas simples, como separar o lixo, parte da rotina, são as crianças nossa fonte de inspiração e esperança.

Ação – Como não temos tempo a perder, a Secretaria de Meio Ambiente de Trindade (Semma) em um esforço conjunto com a Secretaria de Educação (SME) iniciou um trabalho continuo e interativo de educação ambiental. Amparados pelo PAPA, o Plano de Ação e Proteção Ambiental de Trindade, educadores visitam as unidades propondo, aplicando e monitorando uma série de ações.

Entre os projetos propostos e que têm gerado resultados fenomenais, está o Papa Óleo. Em parceria com a iniciativa privada, e contanto com o engajamento da comunidade escolar, já conseguimos recolher cerca de 15 mil litros de óleos usados na cidade. Como foi pensado de forma sustentável, o projeto possibilita que o material, que seria descartado de maneira inadequada na natureza, seja transformado em produtos de limpeza e beneficie aqueles que colaboram com o Papa Óleo.

A garotada também tem feito bonito no projeto Papa Lixo, onde é coletado papelão, garrafas PETI e metal. Em parceria com uma cooperativa, todo o material recolhido se transforma em benefícios para a comunidade. Ganham os cooperados e suas famílias com acréscimos na renda mensal, ganha a comunidade escolar, que em breve receberá novos parquinhos de madeira ecológica, enfim, ganha o meio ambiente e todos nós.

Pensado a curto, médio e longo prazo, o PAPA tem nas crianças a energia e oxigenação necessária a todo o programa, pensado para ser gerido de maneira sustentável. Sem se posicionar como pronto e acabado, o plano, ao contrário, está em constante adequação e ampliação, de maneira que faça parte do DNA da cidade, que seja a “bíblia” para as novas gerações, a referência de cuidado e amor as causas ambientais.

Cultura – As mudanças podem não ocorrer na velocidade que gostaríamos, mas quando se trata de preservação da fauna, da flora, dos recursos hídricos, há de se entender que é preciso criar um ecossistema propício ao desenvolvimento e maturação de todas estas ações propostas pelo PAPA. Felizmente um pequeno, porém valoroso, exército de companheiros da Semma e da SME dão fluidez a este processo de transformação social.

Em meio a tantas demandas, algumas coisas nos acalmam o coração. Uma delas é a superação da meta de plantar 40 mil mudas até o final de 2016, já que ainda este ano ultrapassaremos esta marca. Neste ritmo, em oito anos teremos em média uma nova árvore por habitante, algo sem igual para a qualidade de vida da cidade. Dessa maneira, daqui a muito anos, nossos filhos e netos poderão se refrescar à sombra das árvores,  inclusive de jabuticabeiras.


* Alexandre César é secretário municipal de Meio Ambiente.
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