Caros leitores
Na
edição desse mês vamos abordar um tema que tem tomado conta das mídias nos
últimos meses: as manifestações juvenis, em todo o país, contrárias a Copa
2014.
“Da Copa eu abro mão!
Eu quero é salário,
saúde e educação”
Quanto mais se aproxima a Copa do Mundo, mais mobilizações e greves sacodem o Brasil. O protagonismo não é o das ruas coloridas de verde e amarelo, mas das inúmeras categorias em suas greves, piquetes, passeatas massivas e ocupações urbanas.
A indignação não é com um jogador ou outro
que ficou de fora da escalação, mas com os baixos salários, com a inflação, com
os altos preços dos alimentos, com a precariedade do transporte público e da
educação pública, com as filas dos hospitais, com as remoções, etc.
Já está claro que nossa Presidenta,
governadores e prefeitos não conseguem mais enganar o povo com o discurso de
que a Copa traria benefícios, porque só o que vimos até agora é que as nossas
condições de vida pioraram enquanto o bolso dos banqueiros, empreiteiros e
corruptos fica cada vez mais cheio.

É impossível, neste momento, fazer uma
análise clara sobre os desdobramentos e os impactos das manifestações, pois as
coisas ainda estão acontecendo e de uma maneira muito rápida. O que podemos
fazer é levantar alguns pontos a respeito, debater, sem necessariamente pensar
num encaminhamento.
1.
A
ocupação das ruas como estratégia política
Grandes manifestações com diversas classes
sociais ocupando o espaço público não são uma novidade, nem no Brasil, nem no
restante do mundo. Claro que elas são bem diferentes entre si, sobretudo se
analisarmos a conjuntura em que cada uma ocorreu, mas a ocupação do espaço
público como estratégia política é um traço comum, além da participação muito
importante da juventude. É comum em manifestações desta natureza, que se
explicitem as contradições que apareceram nas reivindicações também no Brasil.
2. A
pauta dos transportes como agregadora de outras temáticas
O Movimento Passe Livre, que puxou as
manifestações em São Paulo e até mesmo em Goiânia, teve grande êxito pela forma
de organização - fruto do Fórum Social Mundial e da proposta de movimentos
pautados na horizontalidade, mas que sabem dialogar com a política tradicional–
e por saber passar uma mensagem simples, clara e bastante agregadora. Eles
puxam por uma pauta máxima: tarifa zero, mas não caíram de paraquedas no tema,
são bastante politizados e a mensagem, além de simples e direta para a
população, é agregadora de diversas outras temáticas, como a privatização e a
qualidade dos serviços públicos, o direito à cidade, os impostos, a
transparência na gestão da coisa pública etc.
3. A diversidade das pautas reflete as
disputas postas na sociedade brasileira

Em nossa opinião, essa nova situação da juventude não indica uma morte das utopias e da ação direta do jovem na sociedade. Por mais que não possamos ver claramente a ascendência de novos movimentos juvenis politizados, não podemos desconsiderar a presença de uma juventude que possui e demonstra suas demandas sob as mais diferentes formas.
Enquanto isso, as gerações futuras nos reservam a transformação que os adultos de amanhã talvez não imaginem.
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